Em helicóptero com doações, reportagem do Diário acompanha missão da Força Aérea na região

Asas que protegem o País. O lema da Força Aérea Brasileira (FAB) faz referência à sua disposição em ajudar o povo brasileiro durante momentos de dificuldade. Proteção que se mostrou fundamental nas últimas semanas com as chuvas que atingiram o Estado. Seja para resgatar uma pessoa em perigo ou para levar mantimentos para quem não tem acesso, é papel da FAB prestar suporte para cidadãos que necessitam.

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Na tarde desta sexta-feira (17), a reportagem do Diário acompanhou com exclusividade a missão Taquari II do Esquadrão Pantera da Base Aérea Santa Maria (Basm). Por cerca de 2h30min, nove militares sobrevoaram a Região Central e levaram donativos para comunidades isoladas.

– Estamos mudando a fase da nossa atuação na catástrofe. Fazemos o transporte logístico de mantimentos para famílias que precisam. Essas doações são da Defesa Civil e eles acionam a Basm porque é preciso de ajuda do helicóptero que é o único veículo que consegue acessar esses locais – destaca o tenente coronel Reolon, comandante do Esquadrão Pantera.

O helicóptero escolhido para a missão foi do modelo H-60 Black Hawk, de fabricação americana, muito utilizado para resgates. Os trabalhos da Basm se iniciaram no dia 30 de maio e já foram feitas cerca de 170 horas de voo. Durante esse período, mais de 500 pessoas foram apoiadas de alguma maneira. 

Reolon garante que os trabalhos não irão parar:

– A Força Aérea Brasileira vai permanecer o quanto for necessário para apoiar as pessoas nessa catástrofe que atingiu o RS. Estaremos de prontidão até solucionar todos os problemas. 

Participaram da missão na última sexta-feira: o Comantande da Basm, Coronel Daniel Lames de Araujo, Major Yuri Carneiro de Souza, Tenente Josué Marcos Coelho Gonçalves, Tenente Thiago Henrique Pereira da Silva, Tenente Gabriel Teixeira da Silva, Suboficial Alberi Leal, Suboficial Sandro Olivio Maboni, Segundo Sargento Luigi Schacker, Segundo Sargento Robson Santos da Costa, Segundo Sargento Rafael Dorneles Ignacio e a Tenente Charlene, responsável pela comunicação da Basm.

Durante o trajeto, a primeira parada foi em Faxinal do Soturno, onde foram distribuídas cestas básicas e água. Em menos de cinco minutos, os oficiais abasteceram a população da cidade. Em seguida, a equipe partiu para a localidade de Nova Boêmia, no interior de Agudo. Lá, mais de 30 pessoas permanecem sem acesso por conta da destruição de estradas, pontes e pontilhões. 

Com a chegada do helicóptero, a alegria tomou conta dos agudenses. A aeronave trazia também esperança para quem vive isolado desde o final de abril.

Essa é a segunda vez que os militares da Basm vão até o local. Na última semana, precisaram resgatar uma mulher grávida, prestes a dar à luz. A missão, complexa pela dificuldade de acesso por conta dos morros íngremes, teve sucesso com o nascimento da pequena Ravena Esperança Speridião. Inicialmente, não haveria um segundo nome na menina, mas pelo momento de dificuldade e superação, os pais Clenir Teresinha Speridião e Altair Fernando Pape resolveram acrescentar.

Clenir foi resgatada e levada ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), onde deu à luz com segurança a uma criança saudável. 

Antes mesmo do nascimento, a história da Ravena Esperança já estava interligada com a FAB. O reencontro dos militares com a família foi repleto de emoção.

– Fica caracterizado muito bem o papel fundamental da Força Aérea Brasileira na interação com a sociedade. O desastre natural reforçou a importância da Basm em poder auxiliar as pessoas tanto em  salvamento quanto no fornecimento de doações – conclui o comandante da Basm, coronel Daniel Lames.